Pois bem, meus amigos, neste
pequeno texto trarei a explicação de o porquê PT odiar tanto a revista Veja e
os demais setores da imprensa livre, a ponto de incentivarem os seus seguidores
a não lerem de modo algum a Revista, levando-os a crer que ela (a Revista) é
que está errada em noticiar certos atos e ações deste – e de outros – governos corruptos.
É a típica tática de culpar o mensageiro, já que a mensagem é mais difícil de
ser escondida.
O que me leva a escrever sobre “amor”
intenso que o PT sente pela imprensa independente se dá devido a revista Veja (aquela
maldosa, fascista, mentirosa, golpista e irresponsável) publicar uma reportagem
produzida pelos jornalistas Robson Bonin e Hugo Marques, que revela como
funciona o processo de fisiologismo nas entranhas do Tribunal de Contas da
União, incentivado pelo Governo Federal, através de uma relação promíscua
encabeçada por nada menos que Dilma Rousseff - que na época dos acontecimentos
era Ministra-Chefe da Casa Civil - com um dos ministros do citado tribunal, que desejava que a sua mulher assumisse uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (o que acabou ocorrendo).
Se como ministra Dilma já agia
dessa maneira, o que a impede de continuar burlando a estrutura republicana
agora que é a chefe máxima do esquema?
Portanto, meus caros, não se
enganem com os discursos “sinceros” da nossa querida Presidente. Ela, com essa
cara de gerentona, não engana mais a ninguém, sendo tão responsável pelo
enfraquecimento das instituições republicanas quanto o seu amigo sindicalista
que nunca soube de nada.
À seguir a reportagem reveladora:
"Flagrante de fisiologismo: como um ministro do TCU se pôs a serviço de Dilma para emplacar a mulher em um cargo
Reportagem de: Robson Bonin e Hugo Marques
No organograma dos poderes, o Tribunal de Contas da União (TCU)
exerce o papel de guardião dos cofres públicos. Do superintendente de uma
repartição federal na Amazônia ao presidente da República, ninguém está livre
de prestar contas ao órgão. É do TCU a missão de identificar e punir quem rouba
e desperdiça dinheiro público, seja um servidor de terceiro escalão, um
ministro de Estado ou uma dezena de diretores da Petrobras. Enfrentar
interesses poderosos é da natureza do trabalho do tribunal. Por isso, seus
ministros gozam de prerrogativas constitucionais, como a vitaliciedade no
cargo, destinadas a lhes garantir autonomia no exercício da função. No mundo
ideal, o TCU é plenamente independente. Na prática, troca favores com o
governo, sujeita-se às ordens do Palácio do Planalto e, assim, contribui para
alimentar a roda do fisiologismo, mal que a corte, em teoria, deveria combater.
VEJA teve acesso a um conjunto de mensagens que mostram que há ministros
dispostos a servir aos poderosos de turno a fim de receber generosas
contrapartidas, como a nomeação de parentes para cargos de ponta.
Trocadas durante o segundo
mandato do presidente Lula, as mensagens revelam o ministro Walton Alencar,
inclusive quando comandava o TCU, no pleno gozo de uma vida dupla. Nos
julgamentos em plenário e nas manifestações públicas, Walton era o magistrado
discreto, de perfil técnico, que atuava com rigor e independência. Em privado,
era o informante, os olhos e os ouvidos no TCU de Dilma Rousseff, à época chefe
da Casa Civil, e de Erenice Guerra, então braço-direito da ministra. Walton pôs
o cargo e a presidência do tribunal a serviço da dupla. E o fez não por mera
simpatia ou simples voluntarismo. Em troca, ele recebeu ajuda para emplacar a
própria mulher, Isabel Gallotti, no cargo de ministra do Superior Tribunal de
Justiça (STJ). A trama toda ficou registrada em dezenas de mensagens entre
Walton e Erenice, apreendidas em uma investigação da Polícia Federal. Com a
colaboração das mulheres mais poderosas do Palácio do Planalto no segundo
mandato de Lula, Walton conseguiu mobilizar um espantoso generalato de autoridades
para defender a indicação da esposa.
Em e-mail enviado em 12 de
março de 2008, Erenice relata os movimentos dela e de Dilma em favor de Isabel:
"Oi, Walton. Conversei com o Sigmaringa Seixas, que se prontificou a nos
apoiar. O Romero Jucá(então líder do governo no Senado) prontamente se comprometeu a nos
apoiar. O presidente (da
Câmara) Arlindo
Chinaglia também nos apoia. Dilma e eu conversamos com o ministro Toffoli (do Supremo), que também nos
apoia. Dilma conversou com o ministro (da
Justiça) Tarso Genro,
que também nos apoia. Esse é o estado da arte até o momento. Se você lembrar de
alguém com que devamos falar, me avise. Continuamos em campanha". Com
tantos apoiadores influentes, o lobby de Walton parecia fadado ao sucesso. Mas
havia dois obstáculos importantes. Um deles era a determinação de Lula de
indicar um negro para o STJ, como fizera antes no caso do Supremo Tribunal
Federal (STF). O nome preferido era Benedito Gonçalves. O outro obstáculo era o
fato de Gonçalves ter mais prestígio no mundo jurídico do que Isabel. Numa
mensagem em 15 de julho de 2008, Walton se queixa a Erenice: "O presidente
Lula disse que haveria problemas (a Isabel é a terceira da lista, o Benedito já
entrou em lista, a Isabel é jovem) e que iria me chamar para conversar. (...) O
fato de o Benedito já ter entrado em lista não significa nada. Somente que ele
trabalha desde muito tempo, o que não significa que ele é o candidato mais
capacitado para servir ao país".
Walton chega a pedir
orientações a Erenice para continuar o lobby em favor da mulher. "Estou
fazendo algo errado? Devo entrar no cone de sombra? Devo procurar mais apoios?
Quem? Ministros do STF, por exemplo?", pergunta o então presidente do TCU.
Apesar de todo o esforço de Dilma e Erenice, Isabel perdeu a vaga naquele ano
para Benedito. Walton fez questão de registrar gratidão às autoridades
poderosas: "Não tenho palavras para a ministra Dilma! Ela aguentou tudo
sozinha (...) O senador Sarney vai falar em favor da Bel com o presidente da
República. Eu sei bem a quem devo por estar no jogo. Mas um pouco mais de
respaldo não faz mal". O tempo é o senhor da razão e também dos lobbies
bem-sucedidos. Em agosto de 2010, quando Erenice já era chefe da Casa Civil e
Dilma candidata a presidente, Lula nomeou "Bel" ministra do STJ.
Walton sabia bem a quem devia, como fez questão de ressaltar na mensagem, e
tratou de pagar a conta religiosamente antes e depois de receber a mercadoria.
No caminho para concretizar as ambições de sua mulher, ele realizou diferentes
serviços para o governo. Foi assim em 2008, no auge da crise do dossiê dos
gastos secretos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, escândalo que
atingiu em cheio a Casa Civil, acusada de vazar os dados sigilosos.
Como presidente do TCU,
Walton recebia consulta de jornalistas sobre o trabalho do órgão no caso e
repassava as informações da imprensa ao Planalto em tempo real. Em 26 de março
de 2008, ele escreveu a Erenice: "Estou acompanhando o imbróglio da Folha de S.Paulo em relação aos cartões corporativos. Há
vários dias tentam falar comigo ou com o relator. Não conseguiram uma palavra!
Não sei de onde vêm as informações que fazem (sic).
Vi na internet hoje que a Folha diz isto: 'O TCU não se manifestou
oficialmente ontem, mas insiste em que não...'. Não sei de onde vem essa
afirmativa que o TCU insiste em... O presidente não falou, o relator não
falou... como o TCU insiste?". A divulgação do dossiê deu origem a uma CPI
dos Cartões Corporativos. Dilma e Erenice eram alvos da investigação. Na
presidência do TCU, Walton fez o que pôde para blindar a dupla e atrapalhar a
apuração realizada pelos parlamentares. No auge da crise, ele foi ao Senado
para se reunir com a presidente da CPI, Marisa Serrano, e com o então
presidente da Casa, Garibaldi Alves. As mensagens de 1º de abril de 2008
revelam que o presidente do TCU manteve Erenice informada inclusive dos pleitos
apresentados pelos dois senadores no encontro: "Ela (Marisa) quer os documentos e processos do TCU.
Informei, por terceiros, que só os remeteria se aprovado o requerimento na
comissão. Ela parece furiosa conosco(TCU)". "Lembro que
ele foi extremamente rigoroso na reunião. Mas, se tinha alguma outra intenção
com isso, não deixou transparecer", recorda a ex-senadora.
Uma mensagem de 16 de junho
de 2008 mostra que Walton também abria sua agenda de presidente para receber
advogados indicados por Erenice. Um deles prestara serviço antes ao PT. Como se
sabe, ter acesso fácil a gabinetes rende prestígio e possibilidades de negócio.
"O dr. Márcio Silva é advogado eleitoral e sempre advogou junto com o
ministro Toffoli as questões do senhor PR (presidente
da República). Ele gostaria de conversar com você acerca de
decisões do TCU e implicações na lei eleitoral", escreveu Erenice. A
parceria seguia intensa. Entre 2008 e 2010, Walton foi acionado várias vezes
para socorrer o ex-diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)
Bernardo Figueiredo em processos que tramitavam no tribunal. Figueiredo é um
técnico muito próximo a Dilma Rousseff. Nos bastidores de Brasília, era tratado
como "superministro" da infraestrutura. Walton agiu para impedir que
ele fosse condenado por supostas irregularidades na ANTT. Além de alertar
Erenice sobre a tramitação do processo, o informante chegou a antecipar como votaria
no caso: "Oi, Erenice. O processo da ANTT (contra Bernardo Figueiredo) vai entrar mesmo na quarta-feira. Vou
suscitar a preliminar de litispendência (...)". Em setembro de 2010,
Erenice Guerra foi demitida da Casa Civil, mas a troca de gentilezas continuou
a pleno vapor.
Em junho do ano passado,
Erenice, agora como uma lobista de sucesso, esteve no tribunal para conversar
com Walton sobre interesses bilionários ligados à boa e velha ANTT. Devoto da
cartilha governista, no início do ano Walton chegou a pressionar o ministro
José Jorge para que não pedisse vista do processo de liberação do edital de
concessão da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, que liga Lucas do Rio Verde
(MT) a Campinorte (GO). A concessão, a primeira de ferrovias elaborada pelo
governo, é uma vitrine eleitoral para Dilma Rousseff. Graças a Walton, que é o
relator da matéria, o TCU aprovou a liberação, quando alguns ministros não
estavam mais na corte. Em janeiro passado, ao julgar um recurso, Walton
irritou-se quando o colega José Jorge pediu vista do processo sobre a ferrovia,
finalmente aprovado em 12 de fevereiro. No dia seguinte, a presidente Dilma
anunciou o nome de um novo ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST):
Douglas Alencar, irmão de Walton Alencar. Uma coincidência, naturalmente. Como
foi mera coincidência o fato de o ministro do TCU José Múcio ter conversado com
Lula dois dias antes de o plenário julgar o polêmico caso da compra da
refinaria de Pasadena, com potencial danoso para a campanha à reeleição de
Dilma. A política é cheia de coincidências - principalmente quando estão em
jogo interesses públicos e privados."
Fonte: Revista Veja
(Vicente Junior)
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